quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Considerações Finais sobre o Processo de Investigação

Paradigma vs método
Devemos distinguir paradigma e método; o paradigma corresponde a um sistema de pensamento, o método, que inclui sempre algumas técnicas, corresponde ao modo/maneira de levar a cabo uma investigação.

É redutor falar em paradigma quantitativo ou qualitativo. O método é que pode ser quantitativo ou qualitativo”. 

Revisão de Literatura
A revisão de literatura é o primeiro passo quando se pensa iniciar uma investigação e deve-se continuar até a fase final, as conclusões. Com a revisão da literatura pretende-se conhecer a área da investigação, aprofundando o conhecimento sobre o problema, contextualizar o estudo, evitando a repetição, fundamentar o enquadramento teórico e metodológico.

Amostra
Qualquer amostra se insere num dado quadro demográfico, numa dada população. Os estudos que pretendem obter conclusões gerais é que usam como propriedade o conceito de população; e para que os dados sejam generalizáveis usam-se técnicas estatísticas baseadas em dados quantitativos. Neste caso, é usual usar uma amostra, pela impossibilidade de abranger toda a população no estudo.

"Muitos estudos qualitativos não têm a pretensão da generalização - o que não quer dizer que esses estudos não sejam importantes no contexto dos entes onde se insere a amostra estudada - simplesmente, os resultados não podem ser usados para explicar o comportamento de todos esses entes".

O estudo no paradigma positivista tende para o uso de amostras que possam ser representativas da população. É o caso das survey, por exemplo, dos estudos de opinião ou das sondagens.

Estudos de caso
Um estudo de caso é um estudo singular, um estudo de caso tem o ou os casos que estuda.


Retirado das conclusões finais do Fórum de Discussão sobre a Temática O Processo de Investigação ministrada pela professora Alda Pereira da Universidade Aberta.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Citação de fontes usadas numa investigação

Um trabalho de carácter académico ou científico deverá incluir uma identificação das fontes consultadas, realizada através de citações no texto às publicações consultadas e de uma lista final das respectivas referências bibliográficas.

Uma das formas de citar as fontes utilizadas numa investigação é utilizando o estilo APA (American Psychological Association).

Existem ainda outros estilos definidos internacionalmente para a realização de citações e referências bibliográficas em trabalhos académicos ou científicos, de acordo com a área científica.

Como exemplos:
Departamentos
Normas/Estilos
Educação
Electrónica, Telecomunicações e Informática



Utilizando a norma APA 5ª Edição


Exemplos para citações no texto:

Para um único autor

Vários autores
Em todas as citações posteriores por parágrafo
(Matthews, 1999)
(Lawson & Green,     1997)
(Freire, et al., 2008)



 Referência Bibliográfica:

Livro

Author. (Year). Title. City: Publisher.
Matthews, J. (1999). The art of childhood and adolescence: The construction of meaning. London, England: Falmer Press.
Artigo científico impresso

Author. (Year). Title. [Type of Article]. Journal, Volume(Issue), Pages.
Kyratsis, A. (2004). Talk and interaction among children and the co-construction of peer groups and peer culture. Annual Review of Anthropology, 33(4), 231-247.
Artigo científico electrónico

Author. (Year). Title. Periodical Title, Volume(Issue), Pages. Retrieved from URL.
Colvin, G. (2008). Information worth billions. Fortune, 158 (2), 73-79. Retrieved from http://search.ebscohost.com/
Site

Author. (Year, Last Update Date). Title. Series Title. Retrieved Date, from URL.
National Renewable Energy Laboratory. (2008). Biofuels. Retrieved May 6, 2008, from http://www.nrel.gov/learning/re_biofuels.html.
  • Quando a obra tiver mais de um autor utilizar “&”.
  • Para indicação de páginas nos artigos de publicações periódicas, utilizar p. ou pp.
  • A lista de referências bibliográficas é organizada alfabeticamente pelo último nome do autor. Nos casos em que não há autor, as referências são colocadas alfabeticamente pelo título na mesma lista.
  • Não utilizar os prefixos vol. e nº especialmente em revistas. Estas abreviaturas são apenas usadas em enciclopédias ou capítulos de livros, como se pode verificar nos exemplos abaixo: 
Capítulo de um livro
Labajo, J. (2003). Body and voice: The construction of gender in flamenco. In T. Magrini (Ed.), Music and gender: perspectives from the Mediterranean (pp. 67-86). Chicago: University of Chicago Press.

Enciclopédia
Sadie, S., & Tyrrell, J. (Eds.). (2002). The new Grove dictionary of music and musicians (2nd ed.,
Vols. 1-29). New York: Grove



Bibliografia

Bibliotecas da UA. (2010). Manual estilo APA: Referências bibliográficas, normas e estilos. Universidade de Aveiro. Consultado em 5 de Dezembro de 2011, em: http://www.ua.pt/sbidm/biblioteca/ReadObject.aspx?obj=15968

Bibliotecas da UA. (----). Referências biliográficas – normas e estilos. Universidade de Aveito. Consultado em 5 de Dezembro de 2011, em: http://www.ua.pt/sbidm/biblioteca/PageImage.aspx?id=12064

domingo, 4 de dezembro de 2011

Métodos de recolha de dados - parte 1

Os dados em investigação educacional

Os dados em investigação educacional podem provir de fontes muito diversas, desde documentos institucionais ou pessoais, a anotações feitas pelo investigador, decorrentes de observação em contextos naturalistas, passando pela aplicação de testes, questionários ou entrevistas aos sujeitos informantes, ou ainda pela utilização de artefactos produzidos em contextos não investigativos.

Nem sempre a recolha de dados exige a elaboração de instrumentos específicos. Contudo, o investigador encontra-se frequentemente na necessidade de ter de construir instrumentos próprios para obter os dados que permitem responder às suas questões de investigação. É o caso de testes, questionários, guiões de entrevistas ou grelhas de observação de comportamentos não verbais[1].

Entrevistas
A entrevista é uma técnica de investigação que permite recolher dados. A forma oral ou escrita, presencial ou não presencial, aberta ou fechada, estruturada ou não estruturada, assumimos como opções livres do investigador na criação e desenvolvimento do guião de entrevista, instrumento para recolher, através de questões, as informações que pretende em relação ao estudo.

“A grande vantagem da entrevista é a sua adaptabilidade. Um entrevistador habilidoso consegue explorar determinadas ideias, testar respostas, investigar motivos e sentimentos, coisas que o inquérito nunca poderá fazer. A forma como determinada resposta é dada (o tom de voz, a expressão facial, a hesitação …) pode fornecer informações que uma resposta escrita nunca revelaria”. (Bell 1993).

Estruturação da entrevista

Entrevista
Objetivos de Investigação
Estruturada
Controle
Semi-estruturada
Verificação; Aprofundamento
Não-estruturada
Exploração

Numa entrevista Estruturada:
Pontos fortes:  facilita a análise dos dados, permite a replicação do estudo.
Pontos fracos:  flexibilidade reduzida, reduz a possibilidade de aprofundamento das questões que não foram elaboradas antecipadamente.

Numa entrevista Semi-estruturada:
Pontos fortes:  otimização do tempo disponível, tratamento sistemático dos dados, permite introduzir novas questões.
Pontos fracos:  requer boa preparação por parte do entrevistador.

Numa entrevista Não Estruturada:
Pontos fortes:  comunicação otimizada, flui como uma conversa onde o entrevistador vai colocando questões mediantes respostas do entrevistado.
Pontos fracos:  requer capacidade do entrevistador, requer muito tempo para obtenção de informações.

Guião de entrevista
Um guião de entrevista é um instrumento para a recolha de informações que tem como objetivo de base à realização de uma entrevista propriamente dita. O guião pode ser constituído por um conjunto ordenado ou não de questões abertas (resposta livre), semi-abertas (parte da resposta fixa e outra livre) ou fechadas (resposta fixa). Deverá incluir a indicação da entidade e/ou pessoa que realiza a entrevista, data, local e título. Apresentação da entrevista e os seus objectivos devem ser lido ao entrevistado. O guião pode conter notações que apoiem à condução da entrevista, como palavras-chave de resposta, questões para aprofundamento do tipo “pode esclarecer-me mais acerca deste assunto?”.

Segundo Bauer e Gaskell (2002), um guia de entrevista não é uma série  extensa de perguntas específicas, mas sim um conjunto de títulos de parágrafos. Um bom guia cria um referencial fácil e confortável para uma discussão, fornecendo uma progressão lógica e plausível através dos temas em foco. É um esquema preliminar para a análise das transcrições.

Número de inquiridos
A definição do número de entrevistados vai depender da natureza da pesquisa, do número de ambientes que se considera relevante e dos recursos disponíveis. Uma coisa deve-se considerar: "mais entrevistas não melhoram a qualidade" ou "levam a uma compreensão mais detalhada do tema em estudo" (Bauer & Gaskell).  Embora as experiências dos entrevistados sejam únicas e individuais, elas acontecem em um meio social que, em parte, são compartilhadas. Os autores observam que, depois de um número x de entrevista, os assuntos começam a ser repetidos, não gerando nenhum dado novo para a pesquisa.

Tendo em conta o número de sujeitos entrevistados, a entrevista pode ser:
Individual, quando a entrevista é dirigida a uma pessoa;
Grupo, quando o entrevistador recolhe dados de vários participantes através da observação conjunta das interacções e dinâmica de grupo;
Social, quando uma pessoa ou um grupo avalia e forma uma opinião acerca de um ou mais indivíduos;
Painel, quando uma pessoa é entrevistada por várias pessoas em conjunto;



[1] Alda Pereira sobre Métodos de Recolha de Dados



Referências:
Bell, J. (1993). Como realizar um projeto de investigação: Um guia de pesquisa em ciências sociais e da educação. Lisboa: Gradiva.

Bauer MW, Gaskell G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. 3a ed. Petrópolis (RJ): Vozes; 2002.



sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

M-learning - micro-atividade 6


No âmbito da unidade curricular AVA - contexto m-learning foi proposto que elaborássemos uma trilha no Google Maps, inserindo locais de interesse com fotos, vídeos ou áudio. Abaixo minha solução à esta atividade:
qrcode
Código QR da localização da trilha no Google Maps.

O percurso que sugiro no Google Maps,  denominado Circuito Leiria, é uma visita à cidade de Leiria.

O caminho indicado inicia no castelo, ponto de visita obrigatório. Erguido por D. Afonso Henriques em 1135 foi habitado por muitos monarcas, entre eles D. Dinis.

Seguindo o percurso, a visita passa pela Sé, situada ao pé do castelo. Esta construção imponente data do século XVI e foi parcialmente destruída no terramoto de 1755. 

A caminho da Igreja de Santo Agostinho, sugiro a visita ao Mercado Santana, para um café na esplanada, onde se pode avistar a fonte luminosa e o castelo.

Continuando o percurso, a paragem agora é no moinho do papel, datado de 1411. Este foi o primeiro moinho de papel de Portugal, e o primeiro equipamento industrial de Leiria. Hoje, restaurado, é um museu e lugar de atividades pedagógicas.

A visita termina na Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, situada num monte, onde dali pode-se apreciar a cidade de Leiria.

Trilha no Google Maps: Circuito Leiria


Ver Circuito Leiria num mapa maior.


Áudio realizado para o marcador "Moinho do papel", no Google Maps.
 


No Blaving:




Sites consultados:
Município de Leiria. Disponível em: http://www.cm-leiria.pt/. [acedido em dezembro de 2011].
Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org. [acedido em dezembro de 2011].
Tipografia. Disponível em: http://tipografos.net/tecnologias/moinho-papel.html. [acedido em dezembro de 2011].