sábado, 14 de maio de 2011

Ciberespaço e cibercultura

O livro “Cibercultura” de Pierry Lèvy tem como foco central as implicações culturais diante do desenvolvimento das tecnologias digitais de informação e comunicação. Embora escrito há doze anos e sobre um tema que encontra-se constantemente em evolução – a tecnologia, este livro é actualíssimo em sua forma de descrever as tecnologias e analisar as mudanças da sociedade frente à esta.
Lèvy define o ciberespaço como sendo o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores, incluindo não apenas a infra-estrutura física, mas também toda informação que ele abriga além das pessoas que interagem com tudo isso, tendendo para a universalidade e a sistemacidade (interoperabilidade, “transparência”, irreversibilidade das escolhas estratégicas) (pág.115)
O autor cita ainda que o crescimento do ciberespaço cria um ambiente propício ao desenvolvimento da inteligência colectiva, mas não o determina, prova disso são as novas formas de isolamento e sobrecarga cognitiva, de dependência, de dominação, de exploração e de idiotice colectivas, encontradas na rede. (pág. 31)
Assim como Castell, Lèvy analisa a sociedade em rede, com olhar mais antropológico e filosófico, denominando-a de cultura do ciberespaço ou “cibercultura”, sendo, este novo espaço de interacções propiciado pela realidade virtual (criada a partir de uma cultura informática).
A cibercultura é descrita como sendo um conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamentos e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço, o lugar de uma inteligência colectiva. (pág.17).
A inteligência colectiva emerge dentro desse contexto de cibercultura, em que a inteligência não é mais fixa ou automatizada, mas reformulada e estabelecida em tempo real, constituindo um grande cérebro global. Lévy apresenta o seu ponto de vista, a favor do “bem público”, defendendo a promoção no ciberespaço de práticas de inteligência colectiva.
Exemplos de Cibercultura
Para Lèvy a aprendizagem cooperativa assistida por computador são próprios do ciberespaço e fazendo parte da cibercultura (pág. 103). Diante desse ponto de vista, cito como um exemplo de cibercultura o ensino à distância, uma vez que este, sob um determinado aspecto, desenvolvesse cooperativamente (professor-aluno, alunos-alunos) e em uma plataforma assistida por computador.
Lèvy também inclui em sua análise as realidades virtuais que servem cada vez mais frequentemente de media de comunicação. Várias pessoas geograficamente dispersas podem ao mesmo tempo alimentar uma base de dados num modo gestual e receber em troca informações sensoriais. Essas realidades virtuais podem por em linha milhões de pessoas e devem ser consideradas como dispositivo de comunicação todos para todos, típicos da cibercultura. (pág. 107) Nesse parágrafo considero descrito o Second life como outro exemplo de cibercultura defendida pelo autor, sendo este - Second Life - um ambiente virtual tridimensional que simula em alguns aspectos a vida real e social do ser humano.
Um outro cenário que Lèvy descreve é o das comunidades virtuais.
“Uma comunidade virtual constrói-se em base em afinidades de interesses, de conhecimentos, na partilha de projectos, num proceso de cooperação ou de permuta, e isso independentemente das proximidades geográficas e pertenças intitucionais”. (pág.133)
Enquadro nesse contexto, como um terceiro exemplo de cibercultura, os fóruns de discussão, uma vez que estes são ferramenta para páginas de Internet destinada a promover debates através de mensagens publicadas abordando uma mesma questão, também sendo chamados de comunidades virtuais.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Acesso aberto

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A propósito dos Agentes Provocadores

Os professores devem demonstrar e fomentar uma consciência crítica nos alunos, ainda em tenra idade por meio de conversas e histórias, promovendo a auto-avaliação e ampliação da capacidade de apreciar criticamente e integrar o material de várias fontes.

Os estudantes, devem tornar-se aprendizes autónomos. A grande maioria dos recursos abertos de aprendizagem será encontrada fora do domínio da sala de aula. Thanasoulas escreve, "o aluno tem autonomia, um papel activo no processo de aprendizagem, gerando ideias e valendo-se das oportunidades de aprendizagem, ao invés de simplesmente reagir aos vários estímulos do professor."


Referência:

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Mas, o que podemos considerar que sejam os recursos?

Etimologicamente, o recurso,  é uma fonte que continua agindo como fonte de, pelo menos enquanto não se esgotar.
Pode-se definir os recursos renováveis, como algo que pode ser utilizado sem diminuir o stock, e recursos não-renováveis, como as acções que diminuem quando usados. O conhecimento é muitas vezes descrito como um recurso renovável. Recursos digitais podem ser copiados sem destruir o stock inicial, e, portanto, eles também poderiam ser caracterizados como recursos renováveis. Em um sentido económico, um recurso é algo que exige esforço para criar ou recriar, e que produz um fluxo de serviços. Nesta perspectiva, todos os investimentos nos sistemas de ensino criam recursos. Por exemplo, os investimentos em edifícios escolares, as bibliotecas, formação de professores e os processos administrativos criam recursos educacionais. Do ponto de vista de um administrador os recursos educacionais abertos poderiam, portanto, incluir instalações escolares e bibliotecas públicas, que pode ser acessado livremente para fins educacionais.

Referências
http://www.meaningprocessing.com/personalPages/tuomi/articles/OpenEducationalResources_OECDreport.pdf

Recursos Educativos Abertos

Com o sucesso alcançado nos últimos anos pelo Movimento do Software Livre, pensadores, investigadores e educadores se perguntaram: porque não aplicar estes mesmos princípios e filosofia, na disponibilização de cursos e conteúdos educativos de forma livre e aberta? Surgiram, assim, os Open Educacional Resources, em português, Recursos Educativos Abertos - REA.
Estes têm sido utilizados em grande escala um pouco por todo o mundo, por Instituições de Ensino Superior e organizações não governamentais, no sentido de abrir o conhecimento a todos que dele necessitam e, muitas vezes, desenvolvendo-se num objectivo de nivelador social.
Os Recursos Educativos Abertos (REA) e a utilização de FLOSS (Free Libre Open Source Software) surgem como uma alternativa prática, democrática e inteligente, capaz de colocar alguma igualdade no sistema social, em contextos específicos. Assim, valores como a cooperação, a partilha, o espírito de comunidade, elevam, não só o grau de conhecimento, mas também, o crescimento humano, contrariando as enraizadas influências corporativas e monopolistas do software proprietário e da produção individual fechada e não partilhada de recursos, por parte de educadores.

Referências

sábado, 9 de abril de 2011

O Second Life

Sou das áreas das tecnologias, mas confesso que o computador para mim muitas vezes (ou todas) se transforma apenas numa ferramenta de trabalho enfadonha e fico desejosa de fugir para a o meio da natureza, do ar puro, longe das quatro paredes que cercam o meu dia-a-dia.

Já tinha ouvido falar no SL mas nunca me interessei em ir conhecê-lo a fundo. Gosto do contato cara-a-cara com meus amigos, minha família. Nunca precisei relacionar-me virtualmente.

Mas... eis que surge a necessidade dessa relação com novos colegas que conheci no mundo virtual. O SL foi o espaço onde nos encontramos para partilharmos conhecimentos, ajudar os colegas que por vezes estavam com alguma dificuldades e o mais incrível disso tudo, criar laços de companheirismo e até mesmo de amizade.

Depois de tudo isso ter se passado, continuo a gostar da natureza e do som dos pássaros. Com certeza poderia voltar a viver sem encontrar-me com meus colegas no SL, mas não era a mesma coisa.